Caso Selena Quintanilha: a cantora assassinada pela melhor amiga no auge da carreira

Selena Quintanilla-Pérez nasceu no dia 16 de abril de 1971 em Lake Jackson, cidade do Texas (EUA). Filha de Marcella Samora e Abraham Quintanilla Jr., cantor, compositor e produtor musical, Selena começou sua carreira com apenas 10 anos, em uma banda formada com seus irmãos.

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Em 1981, Abraham, reconhecendo o talento dos filhos, criou a banda “Selena y Los Dinos”. Selena era a vocalista e seus irmãos mais velhos, A.B. Quintanilla III e Suzette Quintanilla, baixista e baterista. O grupo – e, particularmente, Selena – não demorou a ganhar notoriedade. A banda tocava música Tejana, também conhecida como “Tex-Mex” ou texana, estilo que combinava elementos musicais mexicanos e estadunidenses. Em um gênero dominado por cantores homens, o grupo inovou ao ter Selena nos vocais.

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Embora, inicialmente, a banda tenha sido criticada por ter uma mulher como cantora, o que fez com que fossem recusados em diversos eventos, o talento do grupo e de Selena fez com que ascendessem na indústria e se tornassem referência do gênero tejano.

Selena y Los Dinos lançaram seis álbuns entre os anos de 1984 e 1989, ano em que a vocalista deu início a sua carreira solo. Selena gravou mais seis álbuns até 1995 e ganhou o prêmio de melhor cantora de música tejana nove vezes seguidas a partir do ano de 1987.

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Em 1992, Selena casou-se às escondidas com Chris Peréz, ex-guitarrista de sua banda, por conta do pai da cantora não aprovar a relação. Eventualmente, Abraham aceitou o casamento e permitiu que Chris, que havia sido expulsa em razão do relacionamento, retornasse à banda.

Em 1994, a vocalista ganhou o grammy de “Melhor Álbum Mexicano/Americano” com “Amor Prohibido”. No mesmo ano, ela iniciou sua carreira como designer e estilista, abrindo uma rede de butiques chamada “Selena Etc.”, que foram gerenciadas pela mulher que mataria Selena.

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Yolanda Saldívar era uma das maiores fãs de Selena, ao ponto que decidiu fundar um fã-clube para a cantora. Ela entrou em contato com a família da vocalista e conseguiu permissão para seguir com o projeto. Assim, foi nomeada presidente do clube oficial de fãs da Selena em 1991. Selena e Yolanda se aproximaram rapidamente, logo se tornando melhores amigas e confidentes. Saldívar eventualmente deixou de trabalhar como enfermeira para se dedicar integralmente a sua amiga e ídolo. A admiração pela cantora, na verdade, era uma verdadeira obsessão.

Na casa de Yolanda, seu quarto era estampado com pôsteres e imagens de Selena e mobiliado com objetos em homenagem à cantora. Em uma estante, guardava uma extensa coletânea de fitas e álbuns com gravações da artista.

Pouco tempos após a abertura da “Selena Etc.”, Yolanda foi nomeada gerente das lojas. Naquele ano, ficou claro que não era adequada para a posição: ela maltratava funcionários, negligenciava suas obrigações e mudava designs originais de roupas a seu gosto e sem autorização. Além disso, Yolanda usava o cartão da empresa para gastos pessoais, incluindo a compra de carros e ida a festas e restaurantes de luxo. No fim de 1994, a companhia entrou em crise, tendo demitido mais da metade de seus funcionários, muitos dispensados por capricho de Yolanda.

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Diversos ex-funcionários relataram que Yolanda era extremamente rude, irresponsável e que impedia que os trabalhadores tivessem contato com Selena por ser extremamente possessiva. O lucro com as butiques também não era mais suficiente para arcar com as despesas.

A gota d’água veio em janeiro de 1995, quando inúmeros fãs informaram a família Quintanilla de que não teriam recebido os benefícios associados à filiação ao fã-clube. Abraham investigou a situação e descobriu que Yolanda estava desviando dinheiro do clube e das butiques.

Assim, em março daquele ano, Selena confrontou Yolanda juntamente a seu pai e sua irmã. A mulher não ofereceu nenhuma justificativa plausível para as acusações e deixou o encontro abruptamente. Pouco depois, no dia 13 daquele mês, Yolanda pediu demissão. O pedido veio dias após a ex-enfermeira ter perdido acesso às contas das butiques. Mesmo assim, Selena ainda tinha um pouco de confiança na amiga e queria que ela a ajudasse na expansão de sua empresa para o México. Isso mudou após ela descobrir outros crimes de Yolanda.

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Selena percebeu que extratos bancários de sua empresa e amostras de perfume que havia recebido para o lançamento de uma linha de fragrâncias haviam sumido. Após descobrir que foram furtados por Yolanda, ela decidiu finalmente cortas os laços com quem foi sua melhor amiga.

A decisão de desfazer a relação, no entanto, custaria a vida de Selena. Segundo o pai da cantora, Yolanda passou dias tentando assassinar a mulher que idolatrava, mas foi impedida por circunstâncias alheias à sua vontade, como a chegada de fãs da artista e desencontros.

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O assassinato foi consumado apenas no dia 30 de março. Naquele dia, Yolanda deu entrada no hotel “Days Inn”, em Corpus Christi, no Texas, e ligou para Selena, alegando que teria sido estuprada e insistindo que ela a acompanhasse para um hospital naquela noite. Mesmo desconfiada, Selena aceitou acompanhá-la na manhã seguinte. No dia 31 de março, ela foi com Yolanda até um hospital local. Os exames não verificaram sinais de estupro; contudo, a equipe médica apontou que Saldívar estaria com “sinais claros de depressão”.

Na volta, Selena foi até o quarto de Yolanda, onde as duas discutiram sobre negócios e acusações contra a ex-gerente da Selena Etc. A cantora disse que não podia mais confiar nela e exigiu que devolvesse os itens furtados, momento em que teve uma arma apontada para ela.

Logo após ter seus crimes descobertos, Yolanda comprou um revólver calibre .38, alegando que usaria para proteção pessoal como enfermeira, profissão que não praticava havia anos. Selena tentou fugir do local, mas sua “melhor amiga” disparou contra ela.

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O tiro acertou a parte inferior do ombro direito de Selena, atingindo uma artéria e causando uma hemorragia. Enquanto a artista escapava e pedia ajuda, ela continuou sendo perseguida por Yolanda, que ainda carregava a arma e exclamava: “vadia!”.

Selena foi atendida pela equipe do hotel e por paramédicos, que chegaram rapidamente no local. Mesmo após diversos procedimentos, tanto no local como na unidade de emergência para a qual foi encaminhada, não foi possível salvar a cantora, que teve paradas cardíaca e respiratória.

As últimas palavras de Selena foram “Yolanda… quarto 158.” A assassina tentou fugir após o disparo, mas foi cercada no estacionamento do hotel. Após quase 10 horas de negociação, período em que Yolanda ameaçou cometer suicídio diversas vezes, a mulher se rendeu.

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O julgamento de Yolanda teve início no dia 11 de outubro de 1995. A defesa tentou argumentar que o disparo teria sido acidental. A promotoria, por outro lado, apontou que o revólver só poderia ser disparado deliberadamente e indicou que ela seria obcecada e apaixonada por Selena. O júri julgou Yolanda como culpada e ela foi condenada à prisão perpétua. Atualmente, ela continua detida em “Mountain View Unit”, prisão de segurança máxima para mulheres em Gatesville, no Texas. Ela poderá pleitear sua liberdade condicional em 2025, completando 30 anos de pena.

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À época de sua morte, o então governador do Texas, George Bush, declarou o dia 16 de abril, aniversário da cantora, como dia “Dia Selena”. Selena é considerada como a “Rainha do Tejano” e é celebrada e homenageada como uma das artistas mais importantes e influentes do século XX.

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